Onde à Vida

Ouça o ritmo complexo,
A pulsação irracional:
É a vida!
O vai-e-vem infernal,
A ida e vinda sem nexo;
É mais que sangue correndo,
Que músculos, e contrações,
E corações, e pulmões...
É complexo!
É mais que eu entendo,
E sem nexo...

É o borbulhar encantado
Da teia de impulsos elétricos:
É complicado!
É o movimento frenético
De memes encapetados,
E marionetes pretensas
Cuidando que sabem da vida...
É o que pensam!

É luta intensa
Da universal consciência:
É batalha garrida!
E tapetes de ilusões,
E amores no meio de tudo,
E jogos de espelhos vilões,
E seus reflexos
De mil Universos, de mundos
Sem nexo!

E eu, filho da incongruência,
Da incoerência e da rebeldia,
Agarro-me aos frágeis cordões
Da lógica e da inteligência.
E em versos, e em poesias,
Envolto em mistérios profundos,
Vou contando as proporções
Da inconsciência do mundo
Sem achar uma resposta;
Deixo um ósculo e um amplexo,
E aos poucos me despeço
Da sanidade suposta
Dos conformados com o Universo...

Complexo!